segunda-feira, setembro 25, 2017

para abrir os olhos

é como correr sem direção, é como correr até ficar sem ar e mesmo assim não chegar em lugar nenhum. foram anos rodando, anos procurando, anos querendo profundamente. anos que me perdi, incontáveis vezes, me angustiei a cada frustração, anos insistindo em uma busca que nem se quer existia. quantas vezes a gente apenas passa anos insistindo em procurar? sem aceitar que as respostas estão ali, calmas e serenas em um canto de nós mesmos, esperando apenas a gente parar de gritar mais alto do que nossa própria voz e se recolher em nós para ouvir o silêncio das certezas. não sei quantas, mas dessa vez, foi uma delas. gritar mais alto só me deixou rouca, buscar lá fora só me confundiu mais, aceitar tantas mãos e tantos abraços até me deixaram mais fraca.

 depois de tanto rodar, voltei pro ponto de partida e vi que tudo estava ali. apenas ali, me esperando, esperando eu realmente estar pronta para ser. com a paciência de quem sabe que o caminho pode ser longo, que eu me poderia e iria me perder incontáveis vezes, mas a linha de chegada era certa.

 o que realmente importa é o que te quebra em duas cidades, é a paz que a vida me dá aqui e o lar que tenho lá. e, mais uma vez, eu me quebrei em duas cidades, dessa vez, por amor e porque quem tem fé nunca anda a pé.

feito manhã de natal quando a gente ganhou a primeira bicicleta, uma alegria pura e simples assim.


21/09/2017