domingo, setembro 23, 2012

Para nunca faltar a paz...

Meus amigos e as suas risadas sonoras. Meus amigos entre copos, entre lágrimas, entre conselhos, entre tardes no parque, entre almoços e jantares, entre viagens e dias inteiros. Meus amigos e as suas obrigações, seus novos ou antigos relacionamentos, seus novos e velhos compromissos, seus novos ou velhos. Meus amigos que não conseguem nunca sair do trabalho na hora e se dividem em milhares. Os apaixonados e os inquietos. Nós sempre sendo tanto.

 Passo dois dias quieta. Assisto três filmes que me levam as lágrimas. Janto com meus pais. Dou risada com a minha irmã. Deixo o celular acabar a bateria e só me lembro dele nos minutos finais do domingo. Dentro do meu reino encantado de faz de conta parece que nada me falta. Não fosse a insônia e a ausência. Não existe um alguém dentro de todos que me faça querer ser caçadora. Fujo a qualquer sinal de uma reaproximação. Não me interesse nada que se refaça, não me cabe mais linhas tortas, não me fascina nenhum recomeço. A vida é mesmo agora. É aqui. E o meu tempo é daqui pra frente.

 Quero a sorte de um amor tranquilo. Quero compartilhar minha preguiça ou acordar cedo para ver o dia brilhar mesmo que ele nós traía e fique nublado. Quero ver e sentir a luz de alguém que queime em vontade e que entregue ao mundo o dobro do que recebe. Quero a sorte de encontrar alguém... ou você.

domingo, setembro 16, 2012

everything's exactly what it seems

 Não dá. Não posso te pedir desculpas porque não me cabe culpa. É coisa que acontece, invariavelmente, sempre. Minha vontade é fonte esgotável de querer. Quero com precisão cirúrgica. Muito e intensamente. Até que não quero mais. Não existiu nada que me fez mudar. Nada que entre na conta a distância ou o tempo. Nada que se explique em palavras. Nenhum outro alguém, real ou não, que me tirou de onde estava. Nada além do fato de que não existe em mim dificuldade em partir.

 É como acordar em um domingo com preguiça de pensar. É como encontrar a vida e o sentir em pleno vazio. Depois de algumas tormentas e diversas dúvidas, o nada me encheu de tudo, sinto plena ausência de algumas vontades reais e, vez ou outra, confesso, sou tomada por elas graças a uma carência mansa.

 Domingo. O meu dia de nada, de filmes, de foco e de solidão. O meu dia em que a melodia se faz em silêncio e ouço músicas para preencher de inspiração o dia seguinte, a semana seguinte. Domingo, o dia de falta, que falta porque é calmaria. Não tem urgência de diversão e nem de alforria.


Domingo... só até a segunda.

segunda-feira, setembro 10, 2012

i'm all ears to gather clues and look for signs

Quem me conhece sabe a dificuldade que tenho em continuar. Durmo apaixonada e acordo desinteressada. Faço planos e desisto deles ao menor sinal de possibilidade. Me interessa o desafio. Os difíceis demais, os que são demais, os que querem demais, os que tem almas e desejos em excesso. Porém, por pura contradição, a bem da verdade, só quero a simplicidade. Deitar depois de um dia complexo e dividir o silêncio com um filme. Quero chá e companhia nas madrugadas frias. Quero esquecer que o dia seguinte me cobrará as horas de sono perdidas e perdê-las sem culpa.

Quero encontrar as verdades que alguém guarda nas entrelinhas. Quero a sensibilidade latente que se esconde no que só parece. Hoje quero isso. Amanhã, não sei. No meu castelo de quereres, nenhuma pedra é definitiva.



texto de 14/11/2010